Nas férias, levamos a escola na bagagem. As malas cheias de passados, de experiências, de escritas e, apesar de tudo, sem peso. Escusada a identificação, pois a escola grava, em cada um de nós, uma identidade própria, um código de saber e de afetos que não se perdem em aeroportos, em gares de comboios ou em ruas estreitas e mal iluminadas. Pelo contrário, a bagagem da escola ilumina-nos e indica-nos percursos, roteiros e trilhos diversos.
A escola lega-nos o bilhete para a grande aventura do futuro, quando nos lançamos no mundo sem piloto ou maquinista que oriente o que está para vir. Ninguém imagina quão radical é a escola quando a ela nos dirigimos todos os dias, quão exótica é, quando nela exploramos paisagens, quão segura, quando nela nos reconfortamos dos nossos medos, quão presente continua, quando dela nos ausentamos.
Nesta altura, a escola deseja-nos boas férias, sabendo do nosso regresso, se não físico, na câmara fotográfica da memória.
Colégio de S. Gonçalo, 4 de julho de 2023
Isabel Cristina Pacheco de Almeida Costa