Os professores têm hoje um desafio de exigência de promoverem o desenvolvimento de competências de todos os alunos, numa escola que se quer democrática e inclusiva, relegando para um plano menor os conteúdos, que assumem agora um papel meramente instrumental. Trata-se de um tema de grande debate no meio educativo, com algumas clivagens entre aqueles que encaram essa política como a prevalência do eduquês face à exigência técnica e científica, de um lado, e outros que consideram que foram criadas, finalmente, condições burocráticas que permitem alterar o paradigma da escola do século XIX para os alunos do século XXI. Todavia, o perfil específico de liderança de um professor ainda do século XX e a sua prática pedagógica não podem esgotar-se numa formação inicial académica, nem este pode adormecer perante uma geração ávida por estímulos e satisfação imediata, independentemente da sua ideologia.
Conscientes da importância da “revolução” preconizada por K. Robinson (2016), o Plano de Formação docente do Colégio neste ano letivo assenta, precisamente, na análise de práticas pedagógicas que traduzam o estado da arte em educação, aliadas ao maior dos problemas que os educadores enfrentam – a avaliação das aprendizagens. Assim, em parceria com a Associação Kokoro, participámos na semana de formação no âmbito do Projeto Illumine, na Universidade Pompeu Fabra, em Barcelona, de 26 a 28 de outubro. Professores do Colégio, juntamente com professores de Espanha, da Sérvia e da Estónia, partilharam os seus estudos de caso sobre a implementação de métodos de ensino baseados em neurociência, com recurso a tecnologias digitais que desenvolveram com os seus alunos. Durante os três dias de formação, a comunidade de professores do Projeto Illumine foi desafiada a partilhar as suas experiências e desenhar colaborativamente um programa de workshops de desenvolvimento profissional baseado em evidências, a implementar junto dos seus pares durante este ano letivo. Ainda houve tempo para reencontrar antigos alunos. Numa vertente mais estrutural, Colégio pretende implementar no próximo ano letivo uma política de avaliação e de classificação baseada num referencial comum, com uma linguagem clara e objetiva para toda a comunidade escolar. Recorremos à Professora Doutora Ana Paula Silva, investigadora em inovação educacional, para percorrermos este longo caminho até julho e revitalizarmos a satisfação de aprender.